sábado, 10 de abril de 2010

Marina Silva e Trolls

Marina Silva fará campanha em Minas Gerais no fim de semana

Marina Silva, do PV (foto de Wilson Dias - ABR)

Pobre Marina!

A candidata do PV patina na casa dos 5% das intenções de votos em todas as pesquisas, inclusive naquela bastante suspeita que o datafolha, da Folha de São Paulo, veículo declaradamente serrista, fez e que mostrou José Serra 9 pontos à frente da candidata Dilma Rousseff.

Numa tentativa de alcançar o reconhecimento eleitoral, Marina Silva, que até bem pouco tempo estava no Ministério do Meio Ambiente do governo Lula, se presta a manipulação dessa grande mídia numa relação simbiôntica, quando ambos se beneficiam do que se trata ali. Ou seja, para essa mídia é interessante o desgaste do governo federal e qualquer coisa que digam negativamente será amplamente divulgado como notícia; para Marina, é a oportunidade de estar aos olhos dos leitores, ouvintes e expectadores da grande mídia.

No jogo político há um cenário bastante preocupante para as eleições de 2010. Sob o manto do "Fórum do Milleniun", orquestrado pelo ex-comunista e marionete global, o cineasta Arnaldo Jabor apresentou o modelo de democracia na qual se pautarão no posicionamento quanto às eleições presidenciais. Jabor se apresenta como o maestro a reger o coro odioso contra o PT e a candidata Dilma Roussef setenciando: Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois (Bia Barbosa, Carta Capital).

Ao que parece o encontro serviu como um reavivamento de forças para a retomada do poder pelo grupo de FHC. Bia Barbosa disse que o encontro do Millenium foi “verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação” contra Dilma Rousseff. E Marina? O que ela tem que ver com isso? Ora meninos! Ora meninas! Ela vai fazer o papel de referência para o discurso desse grupo que já perdeu a credibilidade a ponto de fazer com que seus veículos percam leitores, ouvintes e expectadores. Daí que Marina serviria como a propagadora dos seus (da mídia) ideais, de suas “éticas”, de sua “democracia” e ferramenta de combate contra a candidatura de Dilma Rousseff e da credibilidade do governo Lula.

E ela se presta a isso por conta da necessidade de espaço midiático. Não fosse isso, sua tática seria outra, ou vocês pensam que se ela fizesse críticas contundentes ao governador de São Paulo essa mídia publicaria? Duvi–d –ó–dó! E mais: se ela ameaçasse de algum modo nas pesquisas eleitorais com dois dígitos em percentuais, vocês pensam que a mídia daria espaço à ela? Duvi–d –ó–dó! Eles sabem o que fazem. Manipulam as informações e as pessoas que se deixam manipular.

TROLLS

Você sabe o que é um troll? Vou tentar ser didático: vamos ler a matéria da Folha de São Paulo.


Tucano contrata especialista em Twitter

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador José Serra (PSDB), que já é usuário habitual do Twitter como ferramenta de conversação, montou uma equipe para gerenciar as ferramentas virtuais de sua campanha ao Planalto. O núcleo contará com a jornalista e publicitária Ana Maria Pacheco, encarregada de abastecer e administrar o microblog do tucano, que deverá inclusive anunciar o lançamento oficial de sua candidatura.

Sua página, cuja autenticidade é certificada pelo provedor do serviço, alcançou a marca de 181 mil seguidores.

Antes do início formal da campanha, o mecanismo já produziu resultados que encorajaram a equipe de Serra. O termômetro foi uma mensagem postada pelo governador em que ele retrucava boatos espalhados em Manaus (AM) segundo os quais seria contrário à Zona Franca. “O boato sobre acabar com a Zona Franca de Manaus é molecagem antiga. Aparece sempre em ano eleitoral”, respondeu Serra ante o comentário de um internauta. O texto foi replicado exaustivamente em veículos de abrangência regional e, dizem os tucanos, minimizou o dano político da suposta boataria.

Segundo o tesoureiro da Executiva Nacional do PSDB, Eduardo Graeff, o partido já montou estrutura para maximizar dividendos eleitorais do ciberespaço e espera receber doações via internet, com cartões de débito e crédito (Folha).

Essa é uma estratégia do grupo serrista cuja mídia (Folha, Estadão, Veja, IstoÉ, RBS, Zero Hora, O Globo, CBN, Rede Globo e afiliadas etc.) arruma para construir um cenário favorável ao candidato de FHC. Mas Luis Nassif desmonta essa farsa midiática e comenta:

A matéria é despiste, mostrando a parte menos relevante da estratégia, que é o lado oficial, público do Twitter.

Por baixo, já foi montada uma estrutura de guerra, cujo mentor é Eduardo Graeff. Vai surpreender amigos e conhecidos de velhos tempos, mas o doce Graeff mudou bastante, da água para o vinho, ou de FHC para Serra. Tornou-se o elo com uma espécie de submundo da Internet especializado em assassinatos de reputação.

Sua primeira experiência foi com um blog apócrifo, para o qual contratou blogueiros especializados em ataques anônimos contra adversários. Foi desmascarado por uma nota da Mônica Bérgamo que descobriu que o endereço tinha como titular o PSDB do Distrito Federal.

Agora, está por trás do lado obscuro dessa estratégia da Internet. Não se trata apenas de difundir ideias e desmentir acusações, mas de montar um sistema barra pesada para ataques individuais contra adversários e blogueiros tido como inimigos.

A matéria não mostra esse lado obscuro da estratégia, mas é possível identificar algumas dessas táticas. Primeiro, monta-se uma estrutura de atiradores barra-pesadas, profissionais contratados ou ligados ao PSDB ou localizados pelo Twitter. Há a assessoria da FSB Comunicações, que montou uma base em Brasília para monitorar “inimigos” na Blogosfera. É possível identificar nessa rede políticos e seguidores menores do PSDB em vários estados, associações de blogs de ultra-direita em Santa Catarina, ou pessoas que se apresentam como jornalistas em cidades pequenas.

Identificados (ou contratados) os barra-pesadas, uma das maneiras de adensar essa estrutura é através de elogios de Serra, pelo seu Twitter, a pessoas escolhidas. É o caso de uma nota indicando um desses atiradores (cuja alcunha é sinônimo de “delator”) à massa de 180 mil seguidores do Twitter de Serra. Pelo Twiiter, basta clicar no endereço incluído na mensagem para ir ao Twitter do indicado e tornar-se seu seguidor. Com a indicação, aumentam os seguidores do tal delator e adensa-se a rede dos barras-pesadas.

É uma tolice monumental. A grande guerra da Internet não se dá em torno de ataques bobos à reputação de adversários, mas na batalha de argumentos em torno de cada tema, cada factóide levantado. Ofensas, acusações, baixarias, impressionam apenas um submundo que já tem suas posições fechadas.

Aqui, um levantamento de alguns dos twitteiros mais agressivos – selecionei aqueles dos quais recebi ataques mais o tal Gravataí Merengue, que não me ataca diretamente por estar sendo processado. Cruzei seus dados com os do Twitter do PSDB.

Certamente você já visitou um desses jornais (O Globo, Folha, Estadão) on-line em que ao fim de cada matéria uma opção para comentar a notícia. Se repararem bem, há comentaristas que utilizam formas depreciadoras que fogem ao bom debate. Não há uma crítica consistente, mas ofensas gratuitas que desestimulam os leitores críticos ao debate. Estes são Trolls que pode ser definido assim:


Um troll, na gíria da internet, designa uma pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas. O termo surgiu na Usenet, derivado da expressão trolling for suckers (lançando a isca para os trouxas), identificado e atribuído ao(s) causador(es) das sistemáticas flamewars (Wikipedia).

O jornalista Luiz Carlos Azenha publicou em seu sítio um artigo (LEIA AQUI) muito interessante a respeito do banditismo digital e apresenta algumas sugestões para que o internauta não caia nesse golpe. Segundo Emerson Luis, no mesmo sítio (AQUI), a


tática do troll, quase sempre, é começar “testando hipóteses” para sentir a lista de discussão (ou comentários). Em época eleitoral, a prática é a mesma, muitas vezes remunerada, alterando somente o fim da ação para a ofensa a um candidato ou as idéias que este defende perante seu provável eleitorado.

Chegamos, finalmente, a conclusão de que esta eleição será um jogo de inteligência onde os incautos reconhecerão gatos como lebres, lobos como cordeiros, e o pior que o resultado disso pode influenciar, e muito!, na vida de todos e todas.

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