terça-feira, 25 de junho de 2013

Em junho de 2012 eu escrevi pedindo Constituinte exclusiva para as Reformas Política e Judiciária. Cada uma a seu tempo, claro. Mas eu sou um dos milhares de pessoas que expressam suas opiniões e são absolutamente ignoradas. Fazer o quê, né?

Agora a proposta veio da presidenta Dilma, e antes dela Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, deu várias entrevistas defendendo uma Constituinte exclusiva para a promoção de uma Reforma Política (vídeo).

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A proposta, entretanto, pegou de surpresa essa gente que foi pras ruas protestar sob a bandeira da redução das tarifas dos transportes e também a oposição no Congresso Nacional. Hoje estou convencido de que até o Movimento pelo Passe Livre (MPL) tinha como alvo o PT, Haddad, Dilma e, pasmem!, o ex-presidente Lula (só no Brasil a oposição tenta cassar um ex-presidente). Todos eles queriam participar da vida política como se no Brasil esta fosse uma prática abolida pelo PT durante o governo Lula e, quando chamados de fato a dizer se querem uma reforma política no país, consideraram o convite um golpe do PT contra a Constituição.

Imaginem vocês que Fernando Henrique Cardoso já foi favorável a uma reforma política como neste artigo da Folha de São Paulo (Aqui) afirmando:
O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta quinta a proposta de constituinte restrita em 1999, de autoria do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), para acelerar a aprovação das reformas tributária, política e do Poder Judiciário.
Mas agora, casuisticamente, diz que é contra. Por quê?
Após o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff Aécio Neves, senador pelo PSDB e candidato a presidente em 2014 concedeu entrevistas para dizer que a proposta seria uma afronta ao Congresso Nacional, órgão que possui a competência para convocar um plebiscito, mas dias antes bradava na tribuna do senado o grito exigindo que a presidenta ouvisse o clamor das ruas. E o que pediam os manifestantes nas ruas?

Apesar do movimento ter começado com destinatário, endereço e CEP muitas pessoas bem intencionadas foram às ruas e com bandeiras legítimas como a da qualidade dos transportes, mobilidade urbana e reforma política. Claro, também havia bandeiras dos fascistas que começaram todas as manifestações como não contratar médicos do exterior, contra a pec 37 e mudanças políticas, mas sem muita clareza sobre que tipo de mudança queriam o que deu margens à várias interpretações. Eu, por exemplo, entendi que queriam dar um golpe já que no voto é ruim de tirar o PT do poder.

Há muita informação sobre a questão de trazer médicos de outros países, se é que desejam vir para o Brasil, mas prefiro ficar com a opinião do ministro Alexandre Padilha, uma vez que nossos médicos são demasiados mercantilistas e há uma demanda não coberta pelos profissionais brasileiros. Também sou favorável a aprovação da PEC 37 e o argumento que melhor me representa é este da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Além disso a atuação do Procurador Geral da República Roberto Gurgel protegendo os bandidos do PSDB e acusando sem provas o pessoal do PT, só por ser do PT, me deixou com uma péssima impressão do MP.

Mas as manifestações ainda continuam apesar da mitigação. Agora grupos mais politizados tentam dar um novo rumo ou levantar bandeiras que efetivamente afetam a vida da população. Mesmo assim considero que grupos reacionários, bandidos e vândalos ainda convocam manifestações para aprontarem das suas invadindo lojas e roubando mercadorias. Os mais politizados entraram na dança porque foram chamados a dançar e agora tentam hastear as bandeiras que efetivamente alteram as relações de poder.

O país ta vivendo uma ebulição política e não é possível um prognóstico para um futuro próximo, sobretudo com a imprensa sempre jogando contra. Se acontecem manifestações pedindo mudanças o governo precisa tomar uma atitude, quando o governo toma mudam o discurso e dizem que o governo atropela competências. Ora, a população fica em meio a uma turva incompreensível e os ânimos se acirram entre os que são a favor e os que são contra de maneira tão apaixonada que escapa a qualquer razão e compreensão. Hoje mesmo recebi um comentário de um conhecido sobre a reforma dos banheiros de Joaquim Barbosa que custou 90 mil que é uma verdadeira aberração. Vejam:
Meu caro amigo Rildo, 90 mil gasto com quem está tentando acabar com a vida fácil daqueles que não fazem jus ao que ganham e gastam valores na esfera astronômica com falcatruas, é nada comparado ao mérito do ministro,pois o mesmo gastou parte de sua vida estudando para chegar onde chegou neste país preconceituoso que você conhece muito bem!!!
Como assim acabar com a vida fácil de uns tornando a sua fácil também? Como assim superfaturamento pode ser justificado por conta das atribuições do cargo que ocupa? Estamos nos bestializando; tornando-nos seletivos tando aos elogios quanto às críticas e deixamos de lado a razão que deveria conduzir o bom debate para o bem do Brasil e dos brasileiros e quem mais contribui para este caos é exatamente os veículos de comunicação. Não sem uma intencionalidade implicada, mas devidamente planejada porque precisam retomar à condição de quarto poder.

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