terça-feira, 24 de novembro de 2009

POR QUE A OPOSIÇÃO
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QUERIA PROVOCAR UM
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MOVIMENTO ANTI- AHMADINEJAD?


Mahmoud Ahmadinejad
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã: foto Wikipédia

Acompanhei com certo cuidado esse movimento da oposição em tentar evitar que o presidente do irã Mahmoud Ahmadinejad fosse recebido pelo presidente LULA. Demorei a falar sobre o assunto, porque era preciso entender a essência desse discurso desesperado contra Ahmadinejad. Bem, a que conclusão cheguei?

Quando li o artigo do prefeito de São Paulo José Serra no Estadão citado em alguns blogs, fique pensando numa possibilidade de ser uma jogada oportunista de José Serra em tentar fazer um discurso para se fazer ecoar entre os grupos sociais que iriam protestar contra o presidente do Irã. Grupos de homossexuais, mulheres, palestinos e, claro, da oposição. Mas com algumas críticas mais contundentes que acusam o presidente iraniano de não respeitar os direitos humanos e por isso não devia ser recebido pelo presidente LULA, descartei essa possibilidade. Em primeiro lugar porque Serra não tem discurso para ecoar em lugar nenhum. Tudo o que ele fala é logo esquecido inclusive pelos seus pares que fazem questão de esquecer, ou descambam da candidatura Serra. Mas, e aí? O que é que essa oposição tentava fazer um movimento anti-Ahmadinejad?

A questão está longe do Brasil. Está no Oriente Médio. A razão está lá onde não há PAZ há séculos. Guerras, grupos armados e terroristas são históricos na região. Esse negócio de que o Irã vai enriquecer Urânio para fabricar bombas é balela. Israel tem bombas, os Estados Unidos tem, o Reino Unido tem, a China tem, por que o Irã não pode ter? Meus caros, isso é só argumento. O que está por trás de tudo isso, a meu ver, é impedir que LULA seja o mediador da PAZ no Oriente Médio, paz que os Estados Unidos com toda a sua força e potência não conseguiu mediar, aliás, reforçou a intolerância na medida em que armava Israel. Essa é a questão. Há todo um movimento que visa impedir LULA de ser o pacificador da região, o que lhe renderia, por exemplo, um prêmio Nobel, ou não? E isso meus caros, é o fim para esses caras que achavam que um operário não tem condições de governar uma nação. É o fim para esses caras que acham que para ser presidente tem que fazer parte de uma minoria elitizada, intelectuais a serviço de uma classe minoritária, mas hegemônica.

Isso em véspera de eleição, com Serra despencando e Dilma subindo consistentemente, é para a oposição algo que precisava ser evitado. Com a visita de Ahmadinejad, Lula deixou claro que defendemos os direitos individuais e humanitários, que defendemos a democracia no mundo,defendeu o direito do Irã em enriquecer Urânio para fins pacíficos, estreitou relações comerciais (vocês sabiam que o Irã é um dos maiores consumidores de carne brasileira?) e diplomáticos e vem, no seu modo bem brasileiro, se consolidando como um articulador que transita entre todos, radicais e liberais, arrebanhando simpatia e respeito. Sem escolarização exigida por uma classe preconceituosa e elitista, Lula tem se mostrado intelectual num conceito gramsciano e um líder mundial.

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